segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um grotesco modo de pensar


Gritem como se fosse para os seus ouvidos,
Eles agora devem estar numa ânsia para lhe escutar.
Depois dos roncos que Deus mandou em trovoes
Junto com a tempestade que nos despertou de um grande
Sonho
Que com palavras simples um senhor de barbas brancas
Dizia que hoje é o começo do resto de nossas vidas.
E quis jogar tudo fora...
Um pedaço de pão, um queijo que estava no fundo da geladeira, um copo de wisk e todas aquelas canções velhas.
Mas, sobretudo, as marcas de ignorância que vi no caminho.

Doce


O doce não seria tão doce se não fosse o amargo,
O velho homem diante da mais pura juventude
Ao ver uma criança.
A angustia de uns tendo na memória a felicidade
Da esperança.

O campo onde um dia tinha flores.

O doce não é tão doce.
A mulher cara a cara com a vaidade da linda ninfa
Dos olhos azuis.
Os dias de lutas esquecidos pelo progresso desenfreado.

As margens cada vez mais longe.

O doce que se julga tão doce – penso eu.
Tão puro quanto a juventude
Não se queixa,
Não se julga.
Esquece.

Delírio


Delírio não pode ter sido, seus olhos...
Quando me encostei aos seus sonhos me vi como
Um som que ecoa dentro de uma criança.
Foi os seus olhos que quebrou o gelo.Que cobria
Parte do meu coração,
E daí fiquei imaginando como seria a primeira vez.
Diretamente em mim, e como sempre imaginativo.
Serrei os pulsos mas não pude conter.
Assombroso seria se não tivesse percebido
Mas a sua delicadeza me deixou incerto e comecei a ficar
Desesperado.
Não existia canção, nem mesmo flores para lhe dar,
Então os meus olhos (lacrimejados), tentaram fugir.
Correu desesperadamente por outro lado até ficar
Tão perto da distancia que os seus olhos exigiam de mim

Noite no Marrocos

Desejos, desejos...
Todos com desejos...
Amores... Todos querem amar.
Ser amados a modos diversos.
Sentir. Todo o torpor...
Aquele vapor do hálito.
Que se perde em segundos,
No tempo, e se mistura com a canção.
Que fazem os corpos dançarem.

Desejos, oh, desejos...
Que nos fazem gemer,
Escoar lagrima de felicidades.
Fazem-nos se perder diante de tanto prazer.
Enlouquecem-nos e afagam.
Levam-nos a corredores marroquinos,
Leva-nos ao mundo.
Transporta...
Transborda a alma e acelera.
Acelera o coração.

domingo, 29 de junho de 2008

NOITE FORJADA

De repente encontrou-se aflita, despida
No respirar da madrugada.
Fingiu encontrar um sorriso que foi preciso
Quebrar o silêncio.
Desapontada forjou a morte, que distraída
Saio no rastro.
Mostrou-se ingênua no ângulo do amanhecer.
Com três metades de inspirações, cantou a noite toda
E agradeceu pelo que não podia fazer.
Encontrou o que queria
E se foi sem dizer adeus.

O VELHO

E fui buscar na imensidão do solo que
Veste nossos pés
Toda forma de ternura solta na atmosfera
Como bosques de arvores colhidas.
Da transição do milésimo em realmente tempo
Que nos fazem enriquecer, que nos da prazer,
Que nos fazem envelhecer na noite suja de nuvens negras procurando tempestades
Para assim lhe servir de mais sofrer.
Mas o coração não chora esperando mares azuis.
A pulsar brado,
Tonto e rouco.
Tanto batimento...
Velho, limpo e até compreensivo.
Solto ao tempo,
Louco pelo tempo.
Um grão fui no deserto
Queimado pelo sol que temia em brilhar
Perdido no tempo daqueles que perderam
O chão e ficaram nus.