sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Poema do (des) concerto




 


















Eu, inexorável como a ferrugem dos meus cabelos,
Num encontro penetrante de minha existência.
Transbordando inquietudes, paciência e persistência.
O Eu esgotado do que foi, do que será.
O que será dos passos traçados?
Sim, ando descalço pois tenho o chão para me calçar,
Um reconhecimento da plenitude de um ego esguio.
Dos dias constantes de vida, beijos e poesia.
De uma literatura camuflada  cheia de nós e eu.
O que diria quem nos ver vencido?
A gloria encontra-se em nossos dias
Os nossos dias que serão pertinentes aos acasos e descasos,
Como no dia em que o outono nos encontrou em solidão.
Como na taça de vinho de Baudelaire,
Como na estrada de Kerouac,
Como nos processos de Kafka,
Como as paixões de Neruda e as putas de Garcia.
Pertinentes e cheios de vida.