segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Análise marxista do artigo Mercadoria descartável de Ruy Braga



No texto, Ruy Braga nos mostra a partir da Segunda Guerra, o apogeu do modelo de produção industrial baseado no fordismo, que é um modelo de produção em massa que se constitui na produção em que o operário se limita a certo serviço com o fim de produzir mais. Com isso, acomodava milhares de trabalhadores e mantinha quase todo o controle de produção, gestão e finanças, além de criar hierarquias para os funcionários. Com a crise dos anos 70, a mercado passa por reformulações e passa a adotar o modelo japonês, que é uma empresa mais “enxuta”, que passa pelo planejamento do trabalho ao trabalho manual de execução, modificando profundamente a industria. Como por exemplo, funções de gerentes e subgerentes que poderia ser feito por um simples operário. Essas mudanças no modo de produção, a terceirização de serviços, nos da idéia de teses aplicadas, modelos que são constantemente contestados e com isso, novos modelos administrativos e industriais são adotados com o intuito de chegar em novas verdades e nisso estar explicito o materialismo dialético adotado por Marx. Para o materialismo dialético, as idéias estão sempre em movimento e passando por constate mudanças.
Esse novo modelo adotado, produziu novas formas de desigualdade num contexto de desemprego de massas trazido por uma grande onda tecnológica, fornecendo com isso um grande “exercito industrial de reservas” que em situação de concorrência , favorece a redução dos salários e o empobrecimento da classe operaria. Concentrando riquezas a poucos capitalistas gerando com isso crises. O capitalista vai buscar em paises em desenvolvimento mão-de-obra barata com o intuito de acumulação de riquezas e fortalecer com isso o capitalismo.
Vale ressaltar que com todas essas transformações o fator social é profundamente atingido, e em conseqüência temos a patologia social que gera o que Durkheim vai chamar de anomia, que nada mais é que a falta de objetivos provocados pela intensa transformações sociais ocorrida no mundo moderno.

domingo, 27 de julho de 2008

...E o vento apagou.

Patrocinaram a falta de angustia,
Fez dos nossos desejos o momento vivido,
Aqueceram o frio interno e subordinaram
O mal-estar.
As pegadas cicatrizadas ficaram na areia,
E o vento apagou.
A saudade foi esquecida e o rancor virou
Poema.
As sombras ficaram na escuridão e o campo
De batalha virou jardim.
Foram embora as amarguras e no lugar
Chegaram flores em mãos desenhadas.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Erro de português


Pus uma vírgula no meio da frase,
Joguei acento no resto do povo.
Exclamação foi o que recebi.
Fizeram agudo o meu coração.
Os meus sapatos estão calejados
O seu bordão junto ao meu jargão.
Agora vá, reticências, eu te pergunto. (Interrogação):
Ponto final?
Agora não.
Para um grande pecado, uma oração.
Fico quieto, que sujeito.
As ferramentas – predicado não.
Não, digo ao verbo.
Um substantivo como resposta.
Um texto todo não faz o mundo,
O mundo todo não entende os seus
Textos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O amor que escapou




No jardim do amanhã deixei escapar as
Formas de sentir prazer. No quarto escuro,
Aquela velha música tocava sem nenhum sentido.
Eu via você em todo o espelho, e o desespero unia-se
Com a embriagues...
Sim, eu canto a embriagues e dela não me despeço,
Pois sempre quis saber o que se passa do outro lado
Do espelho.
Dante, que perigo passou.
Por conta de um amor deixou um amigo lhe levar ao
Inferno.
Mas depois de tanto desespero, no céu terminou.
E aqui termino essa pequena viagem tentando
Buscar o prazer que se escapou.

Jornal inocente


Extra, extra...
Todo o dia agora vai brilhar.
O que era tristeza vai virar poesia
Para nós recitar.

Extra, extra...
Agora que o mundo terminou,
Não perenizaremos nos humilhar.
Deixar de nos unir para enriquecer
Quem não precisa.

Extra, extra...
Tudo que você sonhava,
Não vai deixar de ser sonho
E tudo que imaginava vai
Virar pagina dessa matéria.

Extra, extra.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um gesto ao general de guerra


Chuva,
Uma nuvem que chora.
Canto,
Vida de um adolescente.
Sonho,
A vida ainda há de trazer.

Ao Papa dou um solo de guitarra,
Pro general um gesto obsceno.

Escuridão...
Ainda há uma luz no fim do túnel.
Amor,
Uma forma de viver.

Ao amigo estendo a mão,
E os meus sonhos...
Espero vivenciá-los.

Uma forma de alegrar


Anime-se homem triste, seu suor
Vale mais que a esperança.
Finja esquecer a dor, faz de ti
Sua salvação.
As armas que fizemos, suas mãos
Não as tocam.
Faça de seu sorriso uma força de milagres,
Faça de ti seu próprio ponto de partida.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Um grotesco modo de pensar


Gritem como se fosse para os seus ouvidos,
Eles agora devem estar numa ânsia para lhe escutar.
Depois dos roncos que Deus mandou em trovoes
Junto com a tempestade que nos despertou de um grande
Sonho
Que com palavras simples um senhor de barbas brancas
Dizia que hoje é o começo do resto de nossas vidas.
E quis jogar tudo fora...
Um pedaço de pão, um queijo que estava no fundo da geladeira, um copo de wisk e todas aquelas canções velhas.
Mas, sobretudo, as marcas de ignorância que vi no caminho.

Doce


O doce não seria tão doce se não fosse o amargo,
O velho homem diante da mais pura juventude
Ao ver uma criança.
A angustia de uns tendo na memória a felicidade
Da esperança.

O campo onde um dia tinha flores.

O doce não é tão doce.
A mulher cara a cara com a vaidade da linda ninfa
Dos olhos azuis.
Os dias de lutas esquecidos pelo progresso desenfreado.

As margens cada vez mais longe.

O doce que se julga tão doce – penso eu.
Tão puro quanto a juventude
Não se queixa,
Não se julga.
Esquece.

Delírio


Delírio não pode ter sido, seus olhos...
Quando me encostei aos seus sonhos me vi como
Um som que ecoa dentro de uma criança.
Foi os seus olhos que quebrou o gelo.Que cobria
Parte do meu coração,
E daí fiquei imaginando como seria a primeira vez.
Diretamente em mim, e como sempre imaginativo.
Serrei os pulsos mas não pude conter.
Assombroso seria se não tivesse percebido
Mas a sua delicadeza me deixou incerto e comecei a ficar
Desesperado.
Não existia canção, nem mesmo flores para lhe dar,
Então os meus olhos (lacrimejados), tentaram fugir.
Correu desesperadamente por outro lado até ficar
Tão perto da distancia que os seus olhos exigiam de mim

Noite no Marrocos

Desejos, desejos...
Todos com desejos...
Amores... Todos querem amar.
Ser amados a modos diversos.
Sentir. Todo o torpor...
Aquele vapor do hálito.
Que se perde em segundos,
No tempo, e se mistura com a canção.
Que fazem os corpos dançarem.

Desejos, oh, desejos...
Que nos fazem gemer,
Escoar lagrima de felicidades.
Fazem-nos se perder diante de tanto prazer.
Enlouquecem-nos e afagam.
Levam-nos a corredores marroquinos,
Leva-nos ao mundo.
Transporta...
Transborda a alma e acelera.
Acelera o coração.

domingo, 29 de junho de 2008

NOITE FORJADA

De repente encontrou-se aflita, despida
No respirar da madrugada.
Fingiu encontrar um sorriso que foi preciso
Quebrar o silêncio.
Desapontada forjou a morte, que distraída
Saio no rastro.
Mostrou-se ingênua no ângulo do amanhecer.
Com três metades de inspirações, cantou a noite toda
E agradeceu pelo que não podia fazer.
Encontrou o que queria
E se foi sem dizer adeus.

O VELHO

E fui buscar na imensidão do solo que
Veste nossos pés
Toda forma de ternura solta na atmosfera
Como bosques de arvores colhidas.
Da transição do milésimo em realmente tempo
Que nos fazem enriquecer, que nos da prazer,
Que nos fazem envelhecer na noite suja de nuvens negras procurando tempestades
Para assim lhe servir de mais sofrer.
Mas o coração não chora esperando mares azuis.
A pulsar brado,
Tonto e rouco.
Tanto batimento...
Velho, limpo e até compreensivo.
Solto ao tempo,
Louco pelo tempo.
Um grão fui no deserto
Queimado pelo sol que temia em brilhar
Perdido no tempo daqueles que perderam
O chão e ficaram nus.