domingo, 27 de julho de 2008

...E o vento apagou.

Patrocinaram a falta de angustia,
Fez dos nossos desejos o momento vivido,
Aqueceram o frio interno e subordinaram
O mal-estar.
As pegadas cicatrizadas ficaram na areia,
E o vento apagou.
A saudade foi esquecida e o rancor virou
Poema.
As sombras ficaram na escuridão e o campo
De batalha virou jardim.
Foram embora as amarguras e no lugar
Chegaram flores em mãos desenhadas.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Erro de português


Pus uma vírgula no meio da frase,
Joguei acento no resto do povo.
Exclamação foi o que recebi.
Fizeram agudo o meu coração.
Os meus sapatos estão calejados
O seu bordão junto ao meu jargão.
Agora vá, reticências, eu te pergunto. (Interrogação):
Ponto final?
Agora não.
Para um grande pecado, uma oração.
Fico quieto, que sujeito.
As ferramentas – predicado não.
Não, digo ao verbo.
Um substantivo como resposta.
Um texto todo não faz o mundo,
O mundo todo não entende os seus
Textos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O amor que escapou




No jardim do amanhã deixei escapar as
Formas de sentir prazer. No quarto escuro,
Aquela velha música tocava sem nenhum sentido.
Eu via você em todo o espelho, e o desespero unia-se
Com a embriagues...
Sim, eu canto a embriagues e dela não me despeço,
Pois sempre quis saber o que se passa do outro lado
Do espelho.
Dante, que perigo passou.
Por conta de um amor deixou um amigo lhe levar ao
Inferno.
Mas depois de tanto desespero, no céu terminou.
E aqui termino essa pequena viagem tentando
Buscar o prazer que se escapou.

Jornal inocente


Extra, extra...
Todo o dia agora vai brilhar.
O que era tristeza vai virar poesia
Para nós recitar.

Extra, extra...
Agora que o mundo terminou,
Não perenizaremos nos humilhar.
Deixar de nos unir para enriquecer
Quem não precisa.

Extra, extra...
Tudo que você sonhava,
Não vai deixar de ser sonho
E tudo que imaginava vai
Virar pagina dessa matéria.

Extra, extra.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Um gesto ao general de guerra


Chuva,
Uma nuvem que chora.
Canto,
Vida de um adolescente.
Sonho,
A vida ainda há de trazer.

Ao Papa dou um solo de guitarra,
Pro general um gesto obsceno.

Escuridão...
Ainda há uma luz no fim do túnel.
Amor,
Uma forma de viver.

Ao amigo estendo a mão,
E os meus sonhos...
Espero vivenciá-los.

Uma forma de alegrar


Anime-se homem triste, seu suor
Vale mais que a esperança.
Finja esquecer a dor, faz de ti
Sua salvação.
As armas que fizemos, suas mãos
Não as tocam.
Faça de seu sorriso uma força de milagres,
Faça de ti seu próprio ponto de partida.