sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Poema do (des) concerto




 


















Eu, inexorável como a ferrugem dos meus cabelos,
Num encontro penetrante de minha existência.
Transbordando inquietudes, paciência e persistência.
O Eu esgotado do que foi, do que será.
O que será dos passos traçados?
Sim, ando descalço pois tenho o chão para me calçar,
Um reconhecimento da plenitude de um ego esguio.
Dos dias constantes de vida, beijos e poesia.
De uma literatura camuflada  cheia de nós e eu.
O que diria quem nos ver vencido?
A gloria encontra-se em nossos dias
Os nossos dias que serão pertinentes aos acasos e descasos,
Como no dia em que o outono nos encontrou em solidão.
Como na taça de vinho de Baudelaire,
Como na estrada de Kerouac,
Como nos processos de Kafka,
Como as paixões de Neruda e as putas de Garcia.
Pertinentes e cheios de vida.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sem sentido
















Nitidez, eu sinto o mais puro gosto.
Pode ser mel, é doce.
Vejo também imagens ásperas e belas,
Um relevo difícil de explicar.

Ouço uma musica de ressonância que contagia a
Atmosfera, tocando, encantando
Tudo que se expressa em formas palpáveis e espaciais.

As vezes não tem nada haver, ou passa despercebido,
É o tripé sensorial... Faz sentido.
Talvez tenha haver com solidão, euforia...
Emoção.
O mel pode ser o vinho que bebo,
O relevo, as coisas inúteis que toco,
A música o alento.

O resto de inspiração...

Só não podemos ser o vinho barato, um objeto
Inerte e inútil, ou a musica que tenta agradar,
Sem muito sucesso.



terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ode a Spinoza





"As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo".
- Barush Spinoza





Roubaram tudo que restava. Da força física
Ao coração vazio.
Deixaram uma luz, mas por si só não resolverá.
Apenas um coração. Há penas pelo chão da asa de um anjo...
Quem será que perdeu?
Doutro lado onde queremos chegar, não é fácil,
Há uma gôndola sem remo, sem ânimo.
Esparsas pessoas que não almejam por não saberem o que
Querem,
E o que você quer? Como voar com as asas cortadas?
Diante de um turbilhão, não entendo as pessoas.
Não entendo o parecer dos reis, dos juízes
Do juízo que te apanhou.
Do rancor fundamentado. Do porquê de ser força,
Se pode ser natureza?

sábado, 19 de julho de 2014

Reflexo do futuro


















Em tempos me despeço me perco e entrelaço.
Enalteço o desejo do saber e saboreio
Um simples devaneio de querer entender o que se
Passa depois do espelho.

Às vezes perdido, desestimulado, mas doutro lado
Encontramos o que não procuramos
E gostamos do que achamos...

Mero acaso que não podemos fazer descaso.
Mas qual é o caso?
O que te aflige e te deixa na agonia é o medo
De não saber o que vai ser amanhã.
Amanhã vai ser um dia de pequenos amores e sonhos,
De retornar a consciência, de citação divina.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Prepotência nossa de cada dia






















Quem é mais, que é menos?
Abstrata existência numa estética absurda.
Incógnito prazer, achamos que temos
Mas o que temos é a falta de tempo,
Tempo relativo que se desfaz na subjetividade de nossas vidas,
No  existir.

Tempo de amar, de buscar o que achamos que teremos,
Em vão...
O que teremos é um mundo vazio, sem poesia, sem rima.
É o espectro que nos ronda:
A ignorância que conquistamos.
Eu julgo, acho certo, digo o que é errado.
Sou mais, e quem é menos?
Você... Que não sabe nada.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Rede sociais e eleições: seus perigos e contradições







Interessante o fato de existir uma plataforma onde possamos armazenar e divulgar nossas opiniões como as redes sociais. Lembra-nos a Ágora, praça existente na cidade de Atenas, na Grécia antiga, onde diariamente se reuniam os cidadãos para discutir assuntos de interesses comuns. As redes sociais nos dão hoje a oportunidade de expressarmos nossas inclinações artísticas, filosóficas, serve de álbum de fotografia, serve até de púlpito para aqueles que divulgam seus sentimentos, suas frustrações e paixões. Mas o que chama a atenção é a possibilidade de expressar nossas indignações no que diz respeito ao cumprimento de nossas atividades como cidadãos.
 Vemos tantas postagens contra políticos, partidos, organizações sociais,  até parece que somos uma sociedade que se interessa realmente por política, que os eleitores não são envolvidos em corrupção e o que acontece é mero fruto de uma administração política má efetuada e  se trocarmos de político resolveríamos nossas decepções democráticas. Mas será mesmo que trocando administrações, partidos, teríamos a solução para nossa democracia?  Seria melhor, apoiar uma estrutura política onde possamos usar como um pilar para almejarmos uma sociedade menos desigual e que possa agir de uma maneira mais pratica? Ou apoiar o bandeirismo, ou melhor, o partidarismo? Que não apresenta um dialogo coerente com a sociedade, o que vemos é troca de acusações. Planejamento, apresentação de ideias que possam melhorar nossas atuações democráticas ficam em segundo plano. Chegamos em 2014, um ano que vai ficar na história, não por ser ano de Copa, mas porque vamos passar por uma eleição onde o numero de usuário das redes sociais vem aumentando a cada dia . Em 2010, ano da ultima eleição presidencial, o numero de usuários das redes sociais era de 33, 7 milhões, em 2013, esse numero chegou a 46 milhões, o numero de usuários ativos de internet no Brasil é de 53,7 milhões, 86 % dos usuários de internet, utilizam as redes sociais, segundo dados da Netview, IBOPE Media.
Estamos numa época onde a informação ultrapassa fronteiras em segundos, e  esse fragmento vem a se preocupar: O cidadão brasileiro esta apto a receber essas informações virtuais e absorver de uma forma coerente onde possa analisar de maneira justa  para que possa tomar sua decisão na hora do voto? Devido a situação social do país, principalmente no que diz respeito a educação, no atual cenário que muitos opositores do governo vem criando, com um ideário de que a corrupção se instaurou no pais a dez anos, tentando esquecer  sua história de exclusão social, do clientelismo, do ranço do colonialismo que ainda impera no dia a dia, podemos ver como perigoso o uso dessas redes sociais possa vir a ser, mas por um lado,  se compreendermos que demanda tempo para alcançarmos uma sociedade mais justa, igualitária nas oportunidades  e se os políticos bem intencionados cumprirem seu dever e entender que político não é uma profissão voltada para o seu ego e sim um servidor publico, podemos sim, acreditar em dias melhores para no final celebrarmos nossa democracia.