quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O tempo que esperamos é agora

A razão mistura-se a natureza causando com isso um impacto muito forte, esse impacto é o que vemos acontecer no dia-a-dia, aquecimento global, crise econômica, violência, miséria e entre outros. Mas voltado o raciocínio especifico para o homem enquanto “ser social”, já que esse texto vem a iniciar sobre a razão, e por isso é importante analisarmos qual será o futuro da razão em meios a tantas transformações em que se encaminha a humanidade. Onde se esconde esse futuro da razão? Quando vamos sentir seus efeitos? Duas perguntas que analisadas numa perspectiva de senso comum, podemos responder de forma resumida que a revolução tecnológica é a casa onde mora a razão.


Martin Heidegger nos ensina que o “ser-é-no-mundo”, demonstrando que a ação do homem se manifesta com o mundo e através do mundo, criando assim o que o autor chama de teia de significâncias. Então, o homem cria essas teias de significados onde se insere a cultura, ou seja, essa teia de significância diz respeito da própria cultura, se levar em consideração que cultura é o conjunto de valores materiais e espirituais criados pela humanidade no decorrer da historia. Mas, se elevarmos a discussão num contexto cientifico, podemos compreender cultura como um conjunto de formas da vida espiritual da sociedade que nascem e se desenvolvem a base do modo de produção de bens materiais historicamente determinado. E faz parte da cultura incluir técnicas e tecnologias que criamos no decorrer da historia, que nada mais é do que os efeitos da tecnização, que acaba tornando invisíveis para nós. Partindo desse contexto, vale ressaltar que o ser humano é ser tecnológico, e hoje é relevante, já que a lógica e o biopoder que estabelecemos e praticamos são exercidos tecnologicamente.

Vemos que as relações humanas são determinadas de acordo como recebemos informações. Informações essas que nada mais é do que aprendemos durante nossas vidas, informações de teor primários, que são as informações que recebemos da família nos primeiros anos de vida, e secundários que são as experiências vividas fora do lar, ou seja, o que aprendemos na escola, no grupo de amigos, o que o mundo nos ensina. Inserindo esse raciocínio de concepção da informação ao desenvolvimento humano através dos efeitos da tecnização, acabamos assimilando a tecnologia como a solução de todos nossos problemas, porem, devemos tratar a tecnologia como problema, no sentido de objeto de estudos e critica. Só que propor essa problematização da tecnologia num mundo onde as respostas tecnológicas atende as demandas de um sistema de exclusão que é o capitalismo, soa às vezes até surreal, pois essas relações homem e tecnologia transformaram em símbolos modernos de poder. Não é difícil perceber que a tecnologia proporciona não só evolução como também uma involução, um exemplo disso é a indústria da cultural. Podemos notar que no mercado musical houve um processo de retrocesso devido ao desenvolvimento de novas mídias, como o mp3 e a internet, hoje o músico deve se preocupar com o espetáculo, até meados da década de 90 ainda vendiam discos e muitos qualificavam o musico de acordo com os discos que vendiam e que eram convertidos em prêmios como disco de ouro etc, ainda existem esses prêmios, porem hoje é mais difícil de vermos. Ou seja, com a tecnologia o mercado musical voltou à idade media, onde os músicos viajavam de aldeia em aldeia para ganhar algum. Esse exemplo serve para indagarmos sobre a dialética de Engels, onde ele propõe que tudo muda, seja na natureza ou na cultura humana, fundamento da passagem da quantidade à qualidade e da interpretação dos contrários, uma cosmovisão baseada na contradição. “O movimento de contradição de duas engrenagens existe para garantir o movimento de transformação.”



Nenhum comentário: