sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Burgueses e latifundiários, uni-vos


6:30 da manha, levanto para mais uma rotina diaria, tomo o café da manha com minha esposa e meus dois filhos que já estão na agitação para ir à escola. 6:45, meus filhos se despedem, entram na van e partem para mais um dia de aprendizado e traquinagem da bela infância que a vida os proporciona. Eu, ainda sonolento, pego o jornal e procuro alguma coisa interessante, só vejo crise e mais crise: Hugo Chaves completa uma década no poder da Venezuela marcada por disputa com outros países, PIB da União Européia cai 1,5% e Europa entra em recessão. São noticias que estão por toda parte, crise no capitalismo existente a décadas e hoje estamos vendo a olhos nus, e o mais engraçado é que o capitalismo tão auto-suficiente quando entra em crise, recorre logo ao Estado, mas tudo bem, isso não me interessa, já são 7:45 e tenho que ir ao trabalho, enfrentar transito, chefe, telefonemas desagradáveis e reuniões burocráticas.
No caminho para o escritório, paro em um sinal, vejo um homem a frente jogando malabares em troca de moedas dos motoristas. Aquilo chamou a minha atenção, fiquei curioso sobre a vida do moço e seu trabalho – arte de rua - , ele sobrevive disso? - Me pergunto. Tiro alguns trocados do bolso e lhe pago pelo seu serviço prestado. Ligo o rádio e ouço a noticia de que meu time perdeu pontos no campeonato por Ter escalado um jogador irregular, como um setor juridico de um time grande não interpreta o regulamento do campeonato? Onde estão sendo formados os advogados desse país?
Às vezes parece que vou explodir como Michael Douglas no filme Um dia de fúria de Joel Schumacher, mas consigo me controlar. No escritório as coisas andam tensas, apresentando dados, vimos que o lucro da empresa caiu quase 50% e tivemos um aumento significativo nas despesas, e depois de um dia cheio de reuniões com a cúpula administrativa, ficou decidido adiar a ampliação da empresa e demitir 40% do setor operário. Que dia foi esse – penso eu – e depois desse pensamento veio um flashback: Hugo Chaves, crise financeira, malabares. Dou graças a Deus por não fazer parte da minoria proletariado - esses que vão ser demitido - pois na reunião foi decidido não mais fazer o corte salarial do executivo e que depois da turbulência, teremos uma aumento considerável, porque foi aprovado uma ajuda substancial do governo para reerguer a empresa.

Um comentário:

Mila Noya disse...

Olha só quem eu encontrei por aqui, rs.

Olá, moço.

Um texto da vida real.
Um sentimento humano.
Um otimismo bem brasileiro.
Gosto disso!!!

Fiquei!! ;)